domingo, 12 de julho de 2009

Dias Loureiro grande aliado de Cavaco

Meu adorado Cavaco
Dias Loureiro esteve com Cavaco desde o dia zero até à altura de arrumar as tralhas da campanha presidencial. As histórias de vida ajudaram: «Não nascemos em berço de oiro», esclareceu, um dia, o ex-gestor do BPN. O professor escolheu-o, em 1985, para secretário-geral, com as finanças do partido nas lonas e sem poder à vista. A vitória nas legislativas daquele ano mudaria tudo. A partir daí, Dias Loureiro foi o fiel servidor de um chefe que, segundo diz, não agia como chefe.Por ele, pelo PSD, fez de tudo. De hinos a discursos preparados madrugada dentro, com chávenas de chá pelo meio, para Cavaco ler depois. Partilharam a restrita intimidade do poder, férias, tacadas de golfe e almoços de família em São Bento. A empatia ajudou à influência do discípulo. Segundo um ex-governante e actual deputado «laranja», Maria Cavaco Silva também «tinha a sua preferência», inclinando-se «para os jovens turcos [como Loureiro] e menos para os que falavam baixinho e davam conselhos avisados e moderados». Algo «altamente comentado nos círculos mais restritos». Laços nunca quebrados e extensivos a outras pessoas: no gabinete da primeira-dama, em Belém, trabalha hoje Diana Ulrich, antiga assessora de Dias Loureiro. A gratidão de Cavaco também assumiu várias formas. Como Presidente da República, cortou a fita da fábrica da Inapal, em Palmela, elogiando o investimento da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), na presença de Dias Loureiro. E até a inauguração do Estádio Municipal de Aguiar da Beira fez parte da agenda do PR, em Maio do ano passado. «Tenho adoração por ele, de facto», reconheceu o ex-ministro. A única vez que se desencontraram foi, talvez, em confissão. Na sua autobiografia, Cavaco revela não ter convidado Dias Loureiro para o Governo, em 1987, «pela simples razão de não poder prescindir dele no partido». Uma decisão recebida com desgosto. «Foi parco em palavras e fiquei com dúvidas sobre se ele compreendia e aceitava os meus argumentos.» Já o então dirigente diz ter recusado um convite de Cavaco para ministro da Administração Interna, quando ainda era secretário-geral, pois não queria acumular funções no partido com a tutela do SIS. Confusão de datas? Certo é que, pelo menos no «caso BPN», Cavaco acredita «solenemente» na palavra de Dias Loureiro.
http://pagina-um.blogspot.com/2009/05/dias-loureiro-anatomia-de-um-intocavel.html

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